O rio Reno (Rhein em alem�o e Rhin� em franc�s) nasce no Cant�o de Gris�es, Alpes su��os, e des�gua no Mar do Norte, ap�s formar um delta com seu �ltimo afluente, o Mosa, nas proximidades de Roterd�/ Holanda. S�o 1233 quil�metros de extens�o banhando seis pa�ses: Su��a, �ustria, Liechtenstein,
Fran�a, Alemanha e Holanda. Nele singra o maior tr�fego fluvial do continente europeu, margeado por importantes cidades como Basil�ia
(Su��a), Estraburgo (Fran�a), Bonn e Col�nia (Alemanha), interligado por canais a outros cursos similares, como Dan�bio, Sena e Elba. Sua largura, de 45 metros em territ�rio su��o (Reichenu) a 500 em Col�nia, pr�ximo � fronteira holandesa.
RECUPERA��O DO RENO CUSTOU 15 BILH�ES DE D�LARES
Apesar do deslumbrante cen�rio hidrogr�fico, o Reno nem sempre foi o rio limpo que conhecemos de uns tempos para c�, tido, notadamente entre as d�cadas de 1960 e 1970, como �esgoto da Europa�, face a seus insuport�veis n�veis de degrada��o ambiental. Sem muito esfor�o, quem chegasse �s suas margens, naquela �poca, logo descobriria o motivo da pejorativa refer�ncia, debitada a suas �guas extremamente sujas e f�tidas.
A situa��o ca�tica decorreu, em particular no s�culo passado, dos dejetos jogados diretamente no rio por empresas qu�micas de grande porte, entre as quais Sandoz, Ciba e Basf. Ao longo dos mais de 1,2 mil quil�metros do Reno, dezenas de complexos industriais foram instalados em suas margens, sem observ�ncia de normas elementares destinadas a minimizar previs�veis efeitos de impactos ambientais. Entretanto, a gota d��gua, que acirrou decisiva press�o social para a despolui��o ser levada a s�rio, foi o grav�ssimo acidente provocado pela multinacional su��a Sandoz, em 1986, respons�vel pelo despejo de 30 toneladas de pesticidas no rio, �quela altura j� com sobrevida terminal.
Investimentos na ordem de 15 bilh�es de d�lares foram realizados pelos pa�ses ribeirinhos, com participa��o de grupos privados, a partir de 1989, atrav�s da constru��o de esta��es de tratamento e um programa de monitoramento das �guas, da nascente at� a foz do Reno, al�m de a��es governamentais destinadas � conscientiza��o ambiental das ind�strias qu�micas, fundamental para a plena recupera��o do rio.
Passados 20 anos de intenso trabalho de despolui��o, o Reno � considerado oficialmente limpo, com o retorno o de mais de 60 de esp�cies de peixes tidas como extintas, de um total de 350 hoje l� cadastradas, entre as quais expressiva variedade de salm�es. Com efeito, a quase-totalidade de esgotos despejados no rio � tratada, processo considerado como um dos maiores sucessos de recupera��o ecol�gica da Europa.

Vale do rio Reno
ECONOMIA DO VALE RENO
Entre a su��a Basil�ia e seu estu�rio holand�s, o Reno atravessa uma das regi�es mais densamente povoadas da Europa ocidental, de rico hist�rico mercantil e fabril, desaguando em Roterd�, o mais importante centro portu�rio europeu.
O Vale do Reno, tamb�m foi ber�o da Revolu��o
Industrial (regi�o de Ruhr, no s�culo 19), dadas as reservas de recursos minerais imprescind�veis ao desenvolvimento da industrializa��o.
A partir da conven��o de Mannheim, em 1868, o Reno � considerado um curso de ��guas internacionais�, no trecho compreendido entre a �ltima ponte da Basil�ia e sua foz no Mar do Norte, assegurando � Su��a livre acesso � cabotagem oce�nica. Com sede em Estrasburgo (Fran�a), a Comiss�o Central pela Navega��o do Reno, fundada em 1815, no Congresso de Viena, � a mais antiga organiza��o internacional.
Em 2000, a Organiza��o das Na��es Unidas para a Educa��o, Ci�ncia e Cultura (UNESCO) inscreveu os 65 quil�metros do Vale M�dio do Reno na lista do PATRIM�NIO MUNDIAL, a� inclu�do o rochedo, em territ�rio alem�o, onde foi erigido monumento � sereia Lorelei, da mitologia germ�nica.
PASSEIO PELO RENO
Na Alemanha, onde o Reno emoldura cen�rios deslumbrantes, o passeio fluvial � imperd�vel e um dos mais procurados roteiros vai de Boppard a Ehrenfels. No trajeto, castelos multisseculares de deixarem boquiaberto o mais experiente turista. Em m�dia, a excurs�o dura quatro horas na ida, com o barco mantido em baixa velocidade para que todos possam observar(e documentar) inesquec�veis detalhes da apraz�vel regi�o. O retorno, para dar vaz�o a nova leva de visitantes, � feito em apenas uma hora. � intenso o fluxo tur�stico, a partir de Rudsheim, de onde os barcos partem lotados. Um passeio, sem d�vida, espetacular.

Passeio de barco pelo Reno
CULTURA
O compositor alem�o Robert Schumann (1810-1856) comp�s sua sinfonia n�mero 3 sob o t�tulo de �Renish�ou �Renana�, em que evoca mem�rias do rio Reno, bem como a influ�ncia de suas paisagens e lendas na alma dos rom�nticos alem�es.
J� o escritor franc�s Victor Hugo (autor do c�lebre �Os Miser�veis�) assim se expressou em �Le Rhin�, de 1842:
�Toda a hist�ria da Europa (...) est� resumida nesse rio de guerreiros e de pensadores,nesta onda imensa que sacode a Fran�a, neste murm�rio profundo que faz sonhar a Alemanha. O Reno re�ne
tudo�.
HIST�RIA
O mais emblem�tico registro hist�rico do Vale do Reno ocorreu no ano 9 a.C., quando tropas romanas foram aniquiladas pelos b�rbaros Queruscos, na Floresta de Teutoburgo, com perda de 20 mil soldados, obrigando o imperador Augusto C�sar a recuar quanto aos objetivos expansionistas do Imp�rio de Roma rumo � Germ�nia, atual Alemanha.
Em 1806, Napole�o Bonaparte, imperador da Fran�a, conquistou a Ren�nia, estabelecendo a �Confedera��o do Reno�.
Em 1919, finda a 1� Guerra Mundial, foi formalizada no �Tratado de Versalhes� a desmilitariza��o da Ren�nia, na �rea compreendida entre o rio Reno e a fronteira da Fran�a.
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Cr�ditos:
Mat�ria de Ant�nio J�nior com exclusividade para o site Alma Carioca
* Ant�nio J�nior, jornalista, � nosso correspondente na Europa.
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