O Alma Carioca prossegue em Paris e, a partir desta reportagem, visita o bairro de Montmartre, ao norte da cidade-luz, e onde estão situadas, por exemplo, atrações da como a Basílica de Sacré-Coeur, o Moulin Rouge - mais famoso cabaré de Paris - e a rue des Abbesses, um pequeno corredor gastronômico, com restaurantes, bistrôs e cafés, onde você não resistirá à degustação de iguarias oferecidas pela renomada culinária francesa.

Rua de acesso à basílica de Sacre-Couer
Em Montmartre e arredores, a evidência dos característicos contrastes de Paris. Diariamente, uma multidão de fiéis acorre à Sacré-Couer, enquanto milhares se aglomeram nos bares e sex-shops da periferia de Moulin de la Galette. Ruas e praças tranquilas, pequenos e encantadores museus e um grande número de teatros completam o cenário deste bairro encantador.

Funicular (bonde de acesso ao topo da colina)
O boêmio bairro parisiense é uma colina vocacionada, desde os remotos gauleses, para cultos religiosos, cuja designação tem provável origem na veneração aos mártires cristãos, aqui sacrificados por volta do ano 250. Na Idade Média, Montmartre tornou-se um local de peregrinação. O cultivo da uva para a produção de vinho, atividade até hoje preservada, teve início em 1133, quando os monges beneditinos assumiram a jurisdição. Situada no topo da colina, a 129 metros acima do nível do mar, encontra-se a colossal basílica de Sacre Couer. Das escadarias da imponente igreja, dispomos de fantástica visão panorâmica de Paris, em meio a um clima permanentemente festivo, ditado pela recorrente presença de músicos nas ruas do bairro.

Ainda no início das escadas de acesso ao topo, músicos animam os turistas
COMO CHEGAR A MONTMARTRE
Para chegar a Montmartre, através do metrô, linha 2, o mais indicado é descer na estação Anvers, no Boulevard de Rouchechouart, seguindo pela rua Steinkerque para, após dois quarteirões, chegar aos pés da Sacré-Couer. A partir daí, o turista tem duas opções: utilizar o Funiculaire – bondinho que faz o trajeto até o topo da colina – ou exercitar as pernas escadaria acima, até a igreja. Para os mais aventureiros, ainda a possibilidade de acesso ao templo através de ruas íngremes, pelo lado posterior do morro.

Chegando no topo da colina, onde destaca-se a basílica
Uma das histórias mais difundidas sobre a construção da Basílica de Sacré-Couer, por volta de 1875, de iniciativa de dois empresários católicos, Legentil e Fleury, seria a expiação dos pecados face aos horrores da guerra franco-prussiana e a desgastada relação com o Vaticano, que, supunham, teria precipitado sobre os franceses o ‘castigo de Deus’. A partir de 1919, foi consagrada basílica, consolidando-se como grande centro de peregrinação internacional. Com efeito, Sacré-Couer de Jesus é um dos monumentos mais visitados da capital francesa.

Vista da basílica de outro ângulo da colina
Construída com base na arquitetura romana e bizantina e inaugurada em 1919, a Basílica de Sacré-Couer influenciou a edificação de outros templos católicos no século XX, notadamente em países europeus.

Da cúpula da basílica, a vista é ainda mais espetacular
Para dispor de uma ainda mais espetacular de Paris, vale a pena subir até a cúpula da basílica (aberta das 9 às 19 horas – até as 18 no inverno), sem perder a oportunidade de visitar a cripta do templo.
A basílica de Sacré-Couer é um monumento fantástico, mas Montmartre tem muito mais a oferecer ao v isitante. Seguiremos destacando outras atrações turísticas do famoso bairro boêmio de Paris, onde viveram, entre outros, os escritores Van Gogh e Alexandre Dumas, os pintores Toulouse Lautrec, Renoir e Picasso, os compositores Berlioz e Offenbach, o bailarino russo Nijinsk e o diretor de cinema da ‘Nouvelle Vague’, François Truffault, quase todos, coincidentemente, assíduos frequentadores do Moulin Rouge.

Parte interna da basílica
Créditos:
Matéria de Antônio Júnior com exclusividade para o site Alma Carioca
* Antônio Júnior, jornalista, é nosso correspondente na Europa.
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