O mosteiro de Santa Maria da Vitória situa-se na vila de Batalha, distrito de Leiria, região centro de Portugal, edificado sob ordem do rei D. João I para reverenciar a Virgem Maria, a quem atribuiu o sucesso na batalha de Aljubarrota, em que os portugueses comandados por seu condestável Nuno Álvares Pereira, com apoio dos ingleses, derrotaram os espanhóis liderados pelo rei D. Juan I de Castela, em agosto de 1385. O mosteiro dominicano foi construído entre 1386 e 1517, ao longo do sete períodos monárquicos. Referência da arquitetura gótica, especificamente manuelina, foi declarado patrimônio mundial pela UNESCO, além de eleito, em 2007, uma das sete maravilhas do país lusitano.

Entrada do Mosteiro da Batalha
História do Mosteiro da Batalha
No início da construção do Mosteiro de
Batalha (denominação popular do monastério), foi construído um pequeno templo, cujos vestígios ainda eram visíveis no princípio do século XIX. Nessa edificação, conhecida como Igreja Velha, celebravam-se missas para manter o fervor religioso dos operários da obra monumental. No projeto inicial da construção do mosteiro constavam o templo, o claustro, além das dependências do conjunto monástico como a sala do capítulo, a sacristia e o refeitório.

A imponente arquitetura gótica do mosteiro
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O mosteiro passou por restauração no século XIX, sob a direção de Luiz Mousinho de Albuquerque. Esse processo causou mudanças estruturais, principalmente pela destruição de dois claustros, anexos às capelas do projeto original, ditas ‘imperfeitas’. Portugal vivia o período de extinção das ordens religiosas e abolição dos símbolos sacros, iniciado no século anterior com o Marquês de Pombal. A intenção era transformar o mosteiro num símbolo glorioso da a primeira geração da Dinastia de Avis, da qual fizera parte o poeta dos Lusíadas, Camões. Popularizou-se à época a denominação ‘Mosteiro da
Batalha’ (para rememorar a vitória de Aljubarrota), visando a erradicar referências religiosas relativas ao passado religioso da portentosa edificação, até então designada como ‘Mosteiro de Santa Maria da Vitória’.

A capela do fundador, D. João I
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Entre as várias áreas a serem visitadas no Mosteiro da Batalha, destaque para a capela–mor, a Sala do Capítulo (túmulo do soldado desconhecido), de rara beleza, a Capela do Fundador – um dos mais importantes edifícios adjacentes ao mosteiro -, o Panteão de D. Duarte (as chamadas ‘capelas imperfeitas’ ), o Claustro Real e o Claustro D. Afonso V.
O Mosteiro da Batalha, uma das mais belas igrejas europeias no final da Idade Média, obedeceu a projeto arquitetônico diverso das demais construções do país, face ao seu estilo ‘gótico final’ ou ‘manuelino’. O tratamento plástico e ornamental do exterior do edifício possui indicações valiosas sobre o que viria a ser a arquitetura quatrocentista da fase pós-batalhina.
Batalha e seu imponente Mosteiro oferecem ao visitante impressionantes vestígios arquitetônicos da rica história portuguesa. E, para completar o passeio pela aldeia, imperioso degustar as apreciadas iguarias da culinária portuguesa, como os doces “Cavacas de Reguengo”, os bolos de “Perna”, de “Palma” e de “Ferradura”. Obviamente, não faltarão os saborosos vinhos da Cooperativa de Batalha.
Localização do Mosteiro da Batalha - Como
chegar
Batalha, de 16 mil habitantes, é município limítrofe de Leiria, Porto de Mós e Ourém, próximo a Fátima, Nazaré e Alcobaça. Situa-se entre
Lisboa (122 km) e Porto (199 km). O Mosteiro funciona das 9 às 18 horas, abril a setembro, e das 9 às 17 horas, de outubro a março.
Créditos:
Matéria de Antônio Júnior com exclusividade para o site Alma Carioca
* Antônio Júnior, jornalista, é nosso correspondente na Europa.
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