Alma Carioca

Méier - Um lugar acolhedor

J.Carino

Ando pelo Méier e me impressiono mais uma vez com a pujança do bairro. Em plena Dias da Cruz, o movimento intenso não convida à reflexão; ao contrário, é contagiante a operosidade mostrada por essa gente que passa apressada e, no entanto, muita vez ainda se cumprimenta, revelando uma cumplicidade de raízes difícil de encontrar em outros lugares.

Um amigo, filho do bairro, me disse certa vez: "O Méier é uma cidade!". Queria dizer que aí tinha tudo: trabalho, lazer, beleza. E seus olhos entusiasmados ainda diziam, com seu brilho, que o Méier sempre teve em seus filhos cariocas autênticos, "da gema"; gente que ama a cidade e nasceu, ou apenas mora, num bairro que é uma singular encruzilhada onde se encontram todos os destinos, onde a alma carioca se exibe em passado e se realiza no presente.

Chego ao Jardim do Méier e quase ouço o pulsar do coração do bairro. Estar aqui é como estar numa síntese dos bairros do Rio - com suas grandezas e suas mazelas.

O Méier - muitos já notaram - é perto de tudo. E parece estar ali para receber os que passam demandando outros bairros; mas receber com um abraço amigo, com a atenção carinhosa de quem estende a mão.

Há alguns anos, uma casa de espetáculos - que não resistiu à falta de perenidade inerente à vida de hoje - fez com que muita gente atravessasse a cidade, vinda de seus quatro cantos, e chegasse ao Méier. Saindo de sua modéstia que não prescinde da altivez, o Méier mostrou-se como é: simpático no sorriso do pipoqueiro; gostosamente malandro nos gestos do "flanelinha"; elegante no trajar das senhoras; atento e eficiente no trabalho de todos. E esse Méier a todos conquistou.

O comércio do Méier é dos melhores do Rio, sabemos todos. Quase tudo se acha nesse mercado rico e plural, numa espécie de celebração à condição de "mão aberta" atribuída aos moradores desse bairro singular.

Bons colégios, belas igrejas e grandes templos, clubes ainda famosos - isso também dá ao bairro a condição de um bom lugar para se viver, criar os filhos e vê-los seguir vida afora, porém mantendo para sempre o orgulho de terem nascido no Méier.

Olhando daqui, da Arquias Cordeiro, vejo o trem cruzando o Méier. Esse longo bicho de aço parece um viajante cansado que, depois da longa travessia, chega ao meio da viagem como se chegasse a um oásis.

Há um Méier especial também nessas ruazinhas ainda relativamente tranqüilas - veiazinhas que cortam esse grande bairro-coração. Num dia como o de hoje, no intenso calor do Rio, entro numa delas e paro à sombra generosa de um flamboyant. A vermelhidão das flores se harmoniza, lá no alto, com galhos cuja forma chamam a atenção deste peito poético: parecem os braços acolhedores do Méier de hoje e de sempre. 


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