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Ao p�r-do-sol, barcos balou�antes velam a tarde, que morre tranq�ila.
Jurujuba � assim: um recanto da Ba�a de Guanabara onde o ritmo da vida parece ajustar-se a remadas calmas por�m vigorosas de pescadores experientes.
Chegar a Jurujuba � mudar de mundo sem sair da cidade grande. A estrada estreita, como uma contorcionista, vai amoldando suas curvas para desviar-se das pedras, do lado esquerdo, enquanto do lado direito o mar impera, belo, grandioso e tanto mais cheio de pequenos barcos de pesca quanto mais nos aproximamos desse recanto, que ainda se parece um pouco com uma pequena vila de pescadores.
Ah, o cheiro de peixe e de mar! Jurujuba tem jeito e cheiro de f�rias � se a imagina��o da gente � generosa.
Amendoeiras postam-se em fileiras ao longo da praia. � sua sombra, do pared�o, podemos acompanhar os barcos que partem para a pesca ou que chegam do mar. Traineiras grandes, equipadas para passar longas temporadas no oceano; barcos pequeninos, onde um ou dois pescadores lan�am redes e sua sorte para conseguir o p�o de cada dia. Qualquer que seja o barco, por�m, ele carrega homens corajosos, trabalhadores do mar, cujo cora��o se enternece quando entram de volta na ba�a e depois avistam seu querido bairro de Jurujuba.
Jurujuba � lugar antiqu�ssimo, nascido no seio de uma das sesmarias distribu�das pelos colonizadores. Nesse fundo de ba�a, o lugarejo situou-se desde sempre na passagem para a Fortaleza de Santa Cruz, uma das v�rias fortifica��es criadas durante as batalhas em torno da posse da Terra Brasilis.
Os habitantes da pacata localidade de Jurujuba ouviram por sobre suas cabe�as o sibilar das balas dos canh�es instalados
por Villegaignon, em luta contra os portugueses, durante sua tentativa de invas�o.
Mas Jurujuba fez hist�ria tamb�m por causa do samba. Sim, do samba, pois nesse bairro nasceu, em 1905, e viveu at� aos tr�s anos de idade, o grande compositor Ismael Silva, que mudou para o Est�cio, onde fundou a �Deixa Falar�, primeira escola de samba do Brasil.
Como n�o poderia deixar de ser, Jurujuba cultua o santo padroeiro dos pescadores, S�o Pedro. E, no dia 29 de junho, realiza uma bela prociss�o, com a f� sincera e simples circulando em barcos enfeitados de bandeirolas. Esse cortejo, de rara beleza, navega pela Ba�a de Guanabara, na orla de Niter�i, levando a imagem do santo-ap�stolo-pescador.
Em Jurujuba, por�m, n�o se come s� com os olhos, que devoram a paisagem deslumbrante. Come-se tamb�m, e muito bem, em v�rios restaurantes simples e de comida muito gostosa, cujos principais pratos, claro, s�o os de frutos do mar.
L� est� a bela Jurujuba, sempre preparada para nos presentear com belos momentos ao amanhecer ou ao p�r-do-sol. E, na nossa imagina��o, poderemos sonhar com aqueles tempos her�icos e idos, em que os �ndios, verdadeiros donos da terra, viviam em meio � natureza exuberante, cercados, inclusive, de belos e colorid�ssimos papagaios. E n�o por acaso o significado do nome Jurujuba � exatamente... �papagaio amarelo�.
Texto e fotos de J.Carino.
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