Cidades t�m alma? Se t�m, seguramente o Rio e Niter�i s�o almas g�meas.
Niteroienses e cariocas se interligam irmanados em torno da mais linda ba�a do mundo. Esse para�so na terra tem seus caprichosos contornos desenhados do lado de c� e do lado de l� do mar: verdes de vegeta��o � que queremos sempre verdes � debru�ados sobre o azul do mar, que �s vezes se transfiguram em verdes claros ou escuros, na ondula��o que reflete um c�u como n�o h� outro no mundo; c�u coalhado de estrelas, como se a Via L�ctea, com o Cruzeiro do Sul dependurado em seu seio luminoso, n�o encontrasse espelho melhor para se mirar. E mesmo os pared�es de arranha-c�us se humanizam � Icara� de uma lado, Copacabana de outro -, com curvaturas sinuosas ajudando a formar o cart�o postal perene e grandioso, que encanta os turistas do mundo todo e do pr�prio Brasil.Cidades t�m alma? Se t�m, seguramente o Rio e Niter�i s�o almas g�meas.
Independentemente de fus�es e desfus�es, essas almas citadinas sempre foram interligadas, durante s�culos, quando o Rio exibia orgulhoso a condi��o de capital do pa�s e Niter�i ostentava, igualmente com orgulho, seu status de capital do Estado do Rio.
Lembremo-nos de que, h� muitos s�culos, as �guas ent�o l�mpidas da Ba�a de Guanabara eram singradas pelos barcos velozes de altivos e corajosos guerreiros, como Ararib�ia, esse filho de Maracaj�-Gua�u e cacique da tribo dos Temimin�s, que se bateu por toda a terra, sua terra, independente dos lados de c� e de l�.
A ponte somente aproximou fisicamente esses dois lugares, cujas almas de cidade sempre estiveram em simbiose. Ir trabalhar no Rio, para os fluminenses, sempre foi habitual; veranear em Niter�i, uma d�diva para os cariocas.
Os cora��es das duas cidades sempre estiveram ligados por veias e art�rias, das quais a ponte � apenas mais uma, talvez a que tenha levado para o outro lado, ainda bem provinciano, a contamina��o das mazelas urbanas da cidade maior e cosmopolita, que o Rio sempre foi.
Outras liga��es, mais lentas e rom�nticas, s�o as barcas, hoje tamb�m aceleradas com as vers�es de aerobarcos e catamar�s. Geniais meios de transporte, as barcas sempre foram mirantes m�veis e privilegiados. Atravessar a ba�a, mesmo rumo a um trabalho estafante sempre garantiu aos passageiros o b�lsamo de uma viagem tranq�ila, que acalma os esp�ritos mais preocupados, as mentes mais estressadas. Antigamente, meia hora, vinte minutos, hoje em tempo mais reduzido nos barcos mais r�pidos � n�o importa: o rem�dio benfazejo � o mesmo.

Almas g�meas de duas cidades muito belas, com tanta afinidade que at� as piadas, de parte a parte, mal escondem o carinho trocado entre cariocas e �papa-goiabas�.
Oxal� haja sempre, e cada vez mais, cidades que possam viver assim, como almas g�meas. G�meas por�m diferentes, com respeito � riqueza de diversidade.
Longe de serem alienados � ignorando suas mazelas pol�tico-sociais, econ�micas e a realidade cruel da mis�ria e da viol�ncia � niteroienses e cariocas t�m a plena consci�ncia do que s�o e do que almejam, e tamb�m do que desejam para suas maravilhosas cidades.
Niteroienses por nascimento ou, como eu, por ado��o volunt�ria e a cada dia mais gostosamente reafirmada, s�o apaixonados por sua cidade. E sorriem, maravilhados, ao ver em Niter�i tantos cariocas e toda uma brasileirada de outros Estados. Sorriem hospitaleiramente � at� porque cada niteroisense � a manifesta��o viva, real, concreta, incontest�vel do carinhoso apelido pelo qual nossa cidade � conhecida: Cidade Sorriso.
Texto e fotos de J.Carino.
Menu de Niter�i
Apresenta��o - Almas g�meas Niter�i e Rio de Janeiro
Ilha da Boa Viagem em Niter�i
O M. A. C. - Museu de Arte Contepor�nea
Icara�
Campo de S�o Bento em Niter�i
Jurujuba
Fortaleza Santa Cruz em Niter�i
Ararib�ia
Jardim ecl�tico
Igreja de S�o Francisco em Niter�i
Mercado do Peixe de Niter�i
|