J� houve uma lei que isentava de impostos quem erguesse engenhos de cana no Brasil. Isto porque, naquela �poca, o a��car constitu�a mercadoria preciosa, servindo inclusive para ativar o com�rcio internacional. Os engenhos precisavam de muitas terras e essas eram, na grande maioria, ocupadas pelos �ndios.
Entre 1575 e 1578 o Rio de Janeiro foi governado por Ant�nio Salema, um jurista, formado em Coimbra, que tinha como principal caracter�stica, odiar os �ndios Tamoios. Salema pretendia instalar um engenho de cana nas margens da atual Lagoa Rodrigo de Freitas. Como estas terras eram ocupadas pelos Tamoios, Salema usou um m�todo trai�oeiro para extermin�-los: espalhou pelas margens, roupas que haviam sido usadas por doentes de var�ola. Os �ndios decidiram vesti-las e se contaminaram. Acabaram mortos.
Assim, a Lagoa Piragu� (�gua parada) ou Sacopenapan (caminho dos soc�s) foi cen�rio do grande massacre. O Engenho D'El Rei foi constru�do onde hoje funciona o Centro de Recep��o aos Visitantes do Jardim Bot�nico.
Os v�rios nomes da Lagoa Rodrigo de Freitas
Al�m de Lagoa Piragu� (�gua parada) ou Sacopenapan (caminho dos soc�s), chamaram-na tamb�m de Lagoa de Amorim Soares. O vereador Amorim Soares foi expulso da cidade em 1609.
Ele havia comprado o Engenho D'El Rei do Governador Salema. Com a expuls�o, tratou de vender as terras para seu genro, Sebasti�o Fagundes Varela, que comprou e invadiu os terrenos vizinhos e onze anos depois j� era dono de todas as terras da regi�o, at� o Leblon.
Mais tarde, a viuva de Varela, Petronilha, de 50 anos, casou-se com Rodrigo de Freitas, de apenas 18 anos, dando seu nome � lagoa. Rodrigo de Freitas morreu em Portugal em 12 de julho de 1748. Hoje, passados 250 anos, continuamos a cham�-la de Rodrigo de Freitas, mas pouca gente conhece essa hist�ria que acabamos de contar.
Sobre Ant�nio Salema e os �ndios, esta hist�ria precisa ser contada e lembrada:
A chamada "Guerra de Cabo Frio" aconteceu em 1575. O Governador do Rio de Janeiro, Antonio Salema, reuniu poderoso ex�rcito com gente da Guanabara, S�o Vicente e Esp�rito Santo, apoiado por grande tropa tupiniquim catequizada. Os oficiais e soldados seguiram por terra e mar, tendo como objetivo liquidar o �ltimo basti�o da "Confedera��o dos Tamoios" e acabar com o dom�nio franc�s que j� durava 20 anos em Cabo Frio.
Ap�s o cerco e a rendi��o da fortaleza franco-tamoia, dois franceses, um ingl�s e o paj� tupinamb� foram enforcados; 500 guerreiros foram assassinados a sangue frio e aproximadamente 1500 �ndios foram escravizados. As tropas vencedoras ainda entraram pelo sert�o, queimaram aldeias, mataram mais de 10.000 �ndios e aprisionaram outros tantos. Os sobreviventes refugiaram-se na Serra do Mar e Cabo Frio.
A baixada litor�nea, de Maca� at� Saquarema, devido � carnificina levada a efeito contra os �ndios, verdadeiros donos das terras, ficou transformada em um verdadeiro deserto humano, e somente movimentada com a passagem espor�dica dos Goytacazes que incursionavam por estas terras � procura da ca�a e pesca.
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