Autor da ilustração: Mauren Veras - Creative Commons Atribuição 2.0.
|
Biografia de Cartola
Angenor de Oliveira, o Cartola, nasceu em 11 de outubro de 1908 no Rio de Janeiro. Sua infância foi vivida no bairro das Laranjeiras. Dificuldades financeiras obrigaram sua família a se mudar para uma favela que estava nascendo no morro da Mangueira, zona norte carioca. Nesse novo ambiente fez amizade com Carlos Cachaça e outros sambistas autênticos, sendo esta a sua iniciação no mundo do samba.
Angenor foi servente de obra. Para se proteger do cimento que caía sobre a sua cabeça arrumou um chapéu. Mesmo sendo um chapéu-coco, todos passaram a chamá-lo de "Cartola" e o apelido pegou.
Criou o "Bloco dos Arengueiros" com alguns amigos do morro. Daí para fundar a Estação Primeira de Mangueira foi um pulo. Dizem que ele mesmo escolheu o nome e as cores da escola verde e rosa. O primeiro samba, "Chega de demanda", foi composto por Cartola.
Seus sambas foram cantados por gente ilustre, como Francisco Alves, Sílvio Caldas, Carmem Miranda e, recentemente, Ney Matogrosso. Ney fez um show no Canecão, tradicional casa de espetáculos do Rio de Janeiro, só com suas músicas. Foi um sucesso.
De repente Cartola sumiu. Os anos 40 estavam começando. Ninguém mais ouvia falar dele.
Em 1956 foi encontrado lavando carros pelo jornalista Sérgio Porto, o "Stanislaw Ponte Preta". Por seu intermédio Cartola voltou ao meio artístico. Passou a freqüentar programas de rádio e a compor novos sambas.
Em 1964 abriu, com sua esposa, D. Zica, o Zicartola. Era um bar-restaurante e casa de espetáculos na Rua da Carioca, centro do Rio. Além da boa comida havia shows de samba. A casa conseguiu reunir sambistas do morro e a juventude da zona sul com o mesmo objetivo. Mas o Zicartola não durou muito tempo.
Sua carreira tomou impulso a partir de 1974, quando gravou o primeiro de seus quatro discos solo. Falar de Cartola era falar, ou melhor, cantar, "As Rosas não falam", "O mundo é um moinho", "Acontece", "O Sol Nascerá", e tantas outras.
Nos anos 70 mudou-se para uma casa em Jacarepaguá. Morreu em 30 de novembro de 1980 mas suas músicas continuam vivas em nossa memória. Cartola faz parte da história musical do Rio de Janeiro e do Brasil.
Discografia de Cartola:
* 1974 - "Cartola"
* 1976 - "Cartola"
* 1977 - "Verde Que Te Quero Rosa"
* 1978 - "Cartola 70 Anos"
* 1982 - "Cartola - Ao Vivo"
* 1982 - "Cartola - Documento Inédito"
Participações:
* 1942 - "Native Brazilian Music" - Leopold Stokowski
* 1967 - "A Enluarada Elizeth" - Elizeth Cardoso
* 1968 - "Fala Mangueira!" - Odete Amaral, Cartola, Clementina de Jesus, Nelson Cavaquinho, Carlos Cachaça
* 1970 - "História da música popular brasileira" - Cartola e Nelson Cavaquinho
* 1974 - "História das escolas de samba: Mangueira" - Vários Artistas
* 1975 - "MPB - 100 ao vivo" - Vários artistas
* 1980 - "E Vamos À Luta" - Alcione (participa da faixa "Eu Sei", de sua autoria)
* 1993 - "No Tom da Mangueira" - Tom Jobim e Velha Guarda da Mangueira.
|