Alma Carioca

Saci na Romaria...

Wladimir Agmont

Para quem acredita que o saci só existiu na imaginação dos mais antigos e que servia apenas para as histórias que eram contadas às crianças normalmente à beira de um fogão a lenha regado a uma boa pipoca com sal ou pinhão, está enganado. Pois bem, em São José do Rio Preto e Botucatu, existem criadores de sacis e diga-se, esses criadores narram histórias e mais histórias das estripulias feitas pelo neguinho e diga-se, tem muita gente letrada e importante daquela região integrada nessas coisas. 

Aos mais incrédulos vai aí uma pequena história que aconteceu na Romaria dos Cavaleiros de São Jorge, de São Roque, deste ano de 2005. 

Conta a romeira Amanda que deixou seu cavalo na sexta-feira que antecede a romaria, numa cocheira na cidade de Mairinque, ficando de pegá-lo no sábado logo nas primeiras horas para poder fazer a saída, junto com os demais romeiros defronte a Brasital e seguir a Pirapora. Muito bem, antes do sol raiar essa jovem romeira, após tomar seu café, já se mostrava ansiosa para pegar seu animal para fazer a saída da romaria. Durante o ano inteiro romeiro que é romeiro fica esperando o momento de poder desfilar pelas principais ruas e avenidas de sua cidade junto com os demais e acenar para seus amigos e familiares. É um momento meio que mágico!

Pois bem, depois do café, com a ansiedade batendo forte, Amanda nem pensou. Já vestida com sua calça e camisa a caráter, bota, lenço no pescoço e tudo mais, seguiu firme até a tal cocheira para pegar seu cavalo. Não via a hora, afinal, no trajeto ela cruzou com muitos romeiros já em cima de seus animais, ou em suas charretes, todos se dirigindo para o ponto de partida da romaria. Aflita, ela chegou à cocheira para pegar seu estimado cavalo, mas quando bateu o olho nele percebeu alguma coisa estranha. Chamou o peão que toma conta de lá e lhe disse: - alguém entrou aqui durante a noite? Ele respondeu: - aqui não entra ninguém, apenas eu que nessas noites que antecedem a romaria, procuro dar uma olhada, mas garanto que ninguém entrou.

A resposta do peão arrepiou Amanda, que foi se chegando ao lado do animal e pode perceber com seus próprios olhos que a crina dele estava todinha cheia de nós. E aí, ela se lembrou dos tempos em que era garota lá em sua Pirajuí, bem distante daqui, e as histórias que ouvia contar de sacis que gostavam de andar a cavalo, mas com nós em suas crinas ou no seu rabo. Calmamente, Amanda pegou seu cavalo, e com carinho foi desmanchando os nós que foram dados em sua crina e...

Durante a romaria, quando olhava para a crina do animal, via neles a imagem de um pretinho, fumando seu cachimbo e que às vezes piscava para ela com os olhos bem abertos com quem quer dizer, não me leve a mal, foi apenas uma pequena traquinagem...

Naquela noite, em Pirapora, Amanda dormiu um sono gostoso e sonhou que estava iniciando a criação de sacis...

Voltar a crônicas

Página inicial do ALMA CARIOCA
Seções:
Rio de Janeiro
Turismo no Brasil e Viagens Nacionais
Turismo e Viagens Internacionais
Esportes
Olimpíadas Rio 2016 - Jogos Olímpicos e Paraolímpicos
Copa do Mundo Brasil 2014
Vídeos musicais nacionais
Vídeos musicais internacionais
Vídeos clips de músicas clássicas
Clipes musicais de filmes e trilhas sonoras
Melhores Sambas Enredo de Todos os Tempos
Vídeos de Mantras para Relaxamento e Meditação
Vídeos de músicas românticas internacionais e nacionais
Desenhos animados antigos da tv
Seriados antigos da tv
Trailers de filmes
Trailers de filmes clássicos de maiores bilheterias
Restaurantes, receitas e gastronomia
Crônicas
Bossa Nova
Rio Antigo
História Geral
História do Brasil
Geografia, Biomas brasileiros e ecossistemas
Artistas e celebridades

comments powered by Disqus

Política de Privacidade - Fale conosco
© 2001-2017 - Copacabana Internet