Para quem acredita que o saci s� existiu na imagina��o dos mais antigos e que servia apenas para as hist�rias que eram contadas �s crian�as normalmente � beira de um fog�o a lenha regado a uma boa pipoca com sal ou pinh�o, est� enganado. Pois bem, em S�o Jos� do Rio Preto e Botucatu, existem criadores de sacis e diga-se, esses criadores narram hist�rias e mais hist�rias das estripulias feitas pelo neguinho e diga-se, tem muita gente letrada e importante daquela regi�o integrada nessas coisas.
Aos mais incr�dulos vai a� uma pequena hist�ria que aconteceu na Romaria dos Cavaleiros de S�o Jorge, de S�o Roque, deste ano de 2005.
Conta a romeira Amanda que deixou seu cavalo na sexta-feira que antecede a romaria, numa cocheira na cidade de Mairinque, ficando de peg�-lo no s�bado logo nas primeiras horas para poder fazer a sa�da, junto com os demais romeiros defronte a Brasital e seguir a Pirapora. Muito bem, antes do sol raiar essa jovem romeira, ap�s tomar seu caf�, j� se mostrava ansiosa para pegar seu animal para fazer a sa�da da romaria. Durante o ano inteiro romeiro que � romeiro fica esperando o momento de poder desfilar pelas principais ruas e avenidas de sua cidade junto com os demais e acenar para seus amigos e familiares. � um momento meio que m�gico!
Pois bem, depois do caf�, com a ansiedade batendo forte, Amanda nem pensou. J� vestida com sua cal�a e camisa a car�ter, bota, len�o no pesco�o e tudo mais, seguiu firme at� a tal cocheira para pegar seu cavalo. N�o via a hora, afinal, no trajeto ela cruzou com muitos romeiros j� em cima de seus animais, ou em suas charretes, todos se dirigindo para o ponto de partida da romaria. Aflita, ela chegou � cocheira para pegar seu estimado cavalo, mas quando bateu o olho nele percebeu alguma coisa estranha. Chamou o pe�o que toma conta de l� e lhe disse: - algu�m entrou aqui durante a noite? Ele respondeu: - aqui n�o entra ningu�m, apenas eu que nessas noites que antecedem a romaria, procuro dar uma olhada, mas garanto que ningu�m entrou.
A resposta do pe�o arrepiou Amanda, que foi se chegando ao lado do animal e pode perceber com seus pr�prios olhos que a crina dele estava todinha cheia de n�s. E a�, ela se lembrou dos tempos em que era garota l� em sua Piraju�, bem distante daqui, e as hist�rias que ouvia contar de sacis que gostavam de andar a cavalo, mas com n�s em suas crinas ou no seu rabo. Calmamente, Amanda pegou seu cavalo, e com carinho foi desmanchando os n�s que foram dados em sua crina e...
Durante a romaria, quando olhava para a crina do animal, via neles a imagem de um pretinho, fumando seu cachimbo e que �s vezes piscava para ela com os olhos bem abertos com quem quer dizer, n�o me leve a mal, foi apenas uma pequena traquinagem...
Naquela noite, em Pirapora, Amanda dormiu um sono gostoso e sonhou que estava iniciando a cria��o de sacis...
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