A turista caminha pelos corredores de ladrilho feio do metrô na cidade desconhecida.
Sentidos aguçados pelo Novo, acompanha os passageiros que se dirigem à plataforma.
Súbito, sons de uma canção familiar! Sonho ou realidade? Ali?
Não, não é possível.
MAS É.
Coração aos saltos, pega uma saída à direita e aí o vê.
Sim, lá está ele, o encantador de passantes, o mágico que hipnotiza as pessoas incautas.
Barbas brancas, cego, ao acordeon interpreta uma das belas canções de Brassens...
A emoção é tanta, o poder do inusitado é tão forte que a garganta se fecha e ela pára. E se põe a
ouvir. E aí, só aí, nota o cão branco, peludo, belíssimo, que monta guarda ao lado do dono, protegendo as riquezas contidas naquelas palavras, naqueles sons, naqueles gestos mágicos...
A magia é tanta que o trem chega e se vai... E ela fica...
A música termina, a lata recebe umas poucas moedas, ele sorri...
Cidadã do mundo, ela se ilumina: Sim, a vida vale a pena!
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