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Não se pode pensar em
fotografias do "Rio Antigo" sem lembrar de Augusto
Malta. A quantidade de imagens e o período fotografado são tão
grandes que nos dão a impressão de que Augusto Malta poderia
ter vivido uns duzentos anos. Impressão que fica mais evidente
quando descobrimos que Malta só começou a fotografar aos 36
anos de idade.
Augusto César Malta de Campos
nasceu em 14 de maio de 1864 em Mata Grande (*), Alagoas, e com
24 anos veio para o Rio de Janeiro, onde tentou várias profissões,
todas sem sucesso. Só em 1900, já com 36 anos de idade,
tornou-se fotógrafo amador, tendo sido apresentado ao Prefeito
Pereira Passos que o convidou para ser o fotógrafo oficial da
Prefeitura Municipal.
Malta documentou todas as
atividades da prefeitura: inaugurações, posses, obras públicas,
e mesmo cenas do dia-a-dia, tendo acumulado mais de 80 mil
chapas fotográficas em mais ou menos 50 anos de profissão.
Nenhum recanto do Rio antigo escapou de suas lentes: os quarteirões
condenados, escolas, hospitais, prédios históricos, figuras
importantes etc, tudo ficou registrado em seus negativos.
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Foi Malta quem deu início à
reportagem ilustrada sendo, talvez, o primeiro fotógrafo
brasileiro a intuir a importância da fotografia como documento
e veículo de comunicação com linguagem própria.
Malta aposentou-se como funcionário
da Prefeitura, em 1936, depois de servir às administrações de
Pereira Passos, Souza Aguiar, Carlos Sampaio, Prado Junior,
Alaor Prata e Pedro Ernesto. Mesmo aposentado, continuou
fotografando por quase 20 anos todos os aspectos da vida
cotidiana, inclusive o Carnaval, que ele registrou até meados
da década de 40 e que hoje se constitui no mais valioso
documento de memória do que foi o carnaval carioca.
O trabalho do fotógrafo
Augusto Malta é de grande importância para a memória histórica
de nossa cidade. Malta foi o fotógrafo oficial da Prefeitura do
Distrito Federal no governo Pereira Passos, justamente a época
em que o Rio sofreu grandes transformações. Malta pode
registrar esses momentos. Seu acervo é composto de 80.000
fotos, 2600 negativos de vidro e 40 negativos panorâmicos. A
qualidade de seu trabalho é incontestável, mesmo considerando
que, no início do século 20, a fotografia ainda engatinhava.
Além de excelente fotógrafo Malta, sendo o fotógrafo oficial
da Prefeitura, estava presente nas horas e lugares certos. Isso
fazia dele, também, como se já não bastasse, um excelente repórter
fotográfico.
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A
Augusto Malta a admiração e homenagem do "Alma
Carioca".
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Augusto Malta morreu em 30 de
junho de 1957, aos 93 anos. Era casado com a Sra. Celina Augusta
Vercheuren com quem teve três filhos.
(*) A localidade Mata
Grande, em 1902, época que conquistou sua autonomia, passou a
chamar-se Paulo Afonso. Entretanto, em 1929, voltou a adotar a
denominação original. Isso explica o motivo de muitas fontes
apontarem Paulo Afonso como local de nascimento do fotógrafo
alagoano.
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Avenida
Delfim Moreira, Leblon, em 19/07/1919
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Ipanema,
Leblon e Lagoa Rodrigo de Freitas
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Av.
Visc. de Albuquerque, Leblon - Construção do Canal, vendo-se o
Hotel Leblon.
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Rua
Sete de Setembro
O caminho aberto para que um
cano de pedra levasse para o mar as águas estagnadas da Lagoa
de Santo Antônio, deu origem à "Rua do Cano"
A "Rua do Cano" assim
foi chamada até 1856, quando foi batizada como 7 de Setembro.
Em 6 de setembro de 1906
o Prefeito Pereira Passos lá esteve, inaugurando o trecho que
ia da Rua 1º de Março até a Av. Central. O fotógrafo Augusto
Malta registrou o momento histórico.
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Praça
11
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Passeio
Público
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