O melhor do Rio de Janeiro est� aqui. Centenas de fotografias, o Rio antigo, cr�nicas, m�sica, bossa nova, MPB, sugest�es de passeios, a hist�ria do Rio de Janeiro desde a funda��o.



Terra Molhada

J.Carino

Incompar�vel. Nada existe como o cheiro da terra molhada pelos pingos da chuva num dia de ver�o. Nesses momentos, o sentido olfativo � uma b�n��o. Animais humanos, somos nesses instantes absolutamente tel�ricos, gostosamente imersos no cheiro que nos penetra.

Se andando na chuva, � poss�vel sentir o toque sutil das p�rolas cristalinas que tocam nosso corpo; se abrigados, sobrev�m uma vontade irresist�vel de ver a chuva, que nos chama tamborilando na vidra�a.

� gostoso contemplar a terra c�lida, ainda nost�lgica do sol, receber em seu seio, e absorver, as gotas frias de �gua que tombam do c�u - canteiro molhado por um deus-jardineiro caprichoso.

Olhando com aten��o a terra, � poss�vel ver que, no contato com o solo, o l�quido, sofrendo milagrosa metamorfose, transforma-se em nuvenzinhas brancas muito sutis, que escapam em dire��o ao c�u, no eterno c�rculo onde nada se perde.

O ar, saturado do perfume inconfund�vel surgido da fus�o de �gua e terra, fica gostoso de sorver. E parece que tudo esperava esse presente l�quido-terroso: a superf�cie rugosa da madeira; as dobras elegantes dos tecidos; o p�lo sedoso dos animais; a superf�cie negra do asfalto aquecido; a rigidez do concreto; o cabelo brilhante das mulheres; a maciez do capim...

H� um limite para esse momento de pura magia. A chuva deve ser r�pida, quase tanto quanto um beijo roubado. Durando demais, encharca tudo, entranha-se na terra, alaga, afoga - subjuga coisas e gente na umidade, parecendo tudo liquefazer: do barro antes orgulhoso de sua dureza � pr�pria alma dos seres humanos, que parece mergulhar em tristeza ao mesmo tempo em que sente um mundo mergulhado em chuva.

Cessado o bombardeio dos cristais transl�cidos - as gotas de chuva -, permanece, por um tempo nas narinas e mais tempo na mem�ria, esse cheiro de terra molhada, esse odor inconfund�vel, essa fragr�ncia �nica - perfume singular, aroma inigual�vel que parece, a cada vez, acumular-se em diminuta quantidade no frasco de nossa alma.

Passado o momento m�gico, tudo em volta se modifica: o ar fica mais l�mpido; a nitidez com que podemos ver o mundo se acentua; as cores tornam-se v�vidas, agu�ando os contrastes entre tons antes apenas sutilmente divisados.

Pobres espectadores diante do milagre que se repete, nada h� que fazer. Resta-nos apenas viver, e sair talvez assoviando uma can��o... 

Voltar ao topo da p�gina
Volta ao in�cio desta p�gina
P�gina inicial do ALMA CARIOCA
Voltar �s Cr�nicas
Retorna � p�gina anterior

Se��es:
Rio de Janeiro
Turismo no Brasil e Viagens Nacionais
Turismo e Viagens Internacionais
Esportes
Olimp�adas Rio 2016 - Jogos Ol�mpicos e Paraol�mpicos
Copa do Mundo Brasil 2014
V�deos musicais nacionais
V�deos musicais internacionais
V�deos clips de m�sicas cl�ssicas
Clipes musicais de filmes e trilhas sonoras
V�deos de m�sicas rom�nticas internacionais e nacionais
Desenhos animados antigos da tv
Seriados antigos da tv
Trailers de filmes
Trailers de filmes cl�ssicos de maiores bilheterias
Restaurantes, receitas e gastronomia
Cr�nicas
Arraial do Cabo
Araruama
Cabo Frio
Arma��o dos B�zios
Saquarema
Compras em Orlando
Pontos tur�sticos de Buenos Aires
Lisboa - Pontos tur�sticos
Roma - Pontos tur�sticos
Londres - Pontos tur�sticos
Bossa Nova
Rio Antigo
Hist�ria Geral
Hist�ria do Brasil
Geografia, Biomas brasileiros e ecossistemas
Artistas e celebridades
Pol�tica de Privacidade
� 2001-2010 - Copacabana Internet
Fale conosco