Alma Carioca - Rio Antigo

Estátua da Amizade


Prezado Paulo,

Parabéns pelo belo trabalho no site Alma Carioca, principalmente no que se refere ao material apresentado sobre o Rio Antigo. É muito interessante e sempre oportuno o resgate da memória desta cidade tão rica de histórias.

Nesta semana, uma das fotos publicadas despertou dúvidas em relação à Estátua da Amizade, hoje localizada na Praça 4 de Julho, em frente ao Consulado-Geral dos Estados Unidos no Rio de Janeiro. Tenho uma imagem digitalizada que pode ajudar a esclarecer os fatos.

Trata-se da cerimônia de inauguração da Estátua da Amizade, oferecida pelo governo dos Estados Unidos, na esplanada do Castelo, em 1931. O pedestal foi colocado próximo à Igreja de Santa Luzia, que aparece na foto, bem no meio do largo existente onde hoje é a Praça Estados Unidos. No canto direito da foto aparece uma ponta do palanque armado para a cerimônia, com toldo listrado.

Por Praça Estados Unidos entenda-se o cruzamento entre a Av. Presidente Antônio Carlos, Av Franklin Roosevelt e a Av. Presidente Wilson. Uma praça de carros e asfalto não poderia ter nome mais apropriado!

Em outra foto, de 1942, a estátua aparece em novo pedestal, muito mais alto, e em seu lugar definitivo, na Praça 4 de Julho. Me desculpe a qualidade desta imagem de 1942, mas trata-se de papel-jornal com mais de 60 anos de idade e não muito bem conservado. Valeu mais pelo registro jornalístico do Malho do que pela imagem.

Me desculpe também pela reportagem da revista, que fez confusão com o nome da estátua. Não acredito que os Estados Unidos tenham interesse em oferecer a Estátua da Liberdade para enfeitar a Av Beira Mar, nem que o Brasil dê o Cristo Redentor em troca!

Marcos (rio_antigo@ig.com.br).

 

Alma Carioca - Rio Antigo

 

 

Alma Carioca - Rio Antigo

 

Comentário de André Decourt:

Muito boas as fotos. 

Ainda existe uma plaquinha, das de ferro esmaltado, presa em um velho poste de barbará indicando a praça Estados Unidos. Já a tinha visto e imaginava que antes ali deveria haver um jardinzinho, mas nunca que a estátua estivesse ali. 

vamos às fotos.

A primeira, que tem mais coisas para se comentar, é a foto que foi tirada de um pequeno pavilhão, que ficava ao lado do Pettit Trianon, atual prédio da Academia Brasileira de Letras. Pensei que pudesse ter sido da igreja, mas acredito que não.

Do traçado das ruas quase nada mais sobrevive, só a Beira Mar, bem à direita da foto, e a Pres. Wilson, como a própria Pres. Antônio Carlos. As outras vias ainda eram resquícios da exposição e início da malograda implantação do plano Agache, como a via em curva que parte da praça. O plano Agache previa um aterro mais ou menos como existe hoje, mas a cidade com quadras e praças internas ajardinadas, mais ou menos como existe em alguns lugares do Castelo. 

O prédio que aparece à esquerda é um dos pavilhões da exposição que ocupa mais ou menos o lugar do edifício Charles De Gaulle, na Marechal Câmara.

Já a Pres. Roosevelt tem uma curiosidade: nela parece um poste de modelo idêntico aos da Rio Branco, que era o original dela quando os aterros começaram no período Passos, mas durante a exposição eles foram modificados e ganharam cinco luminárias imitando as velhas de gás. Inclusive, na foto do corso aparece uma.

A outra foto digna de nota é a tomada ao rés do chão na mesma data, onde podemos ver a Pres. Antônio Carlos já sendo arborizada.

Na terceira foto, publicada pelo jornal, as coisas mais ou menos estão como hoje, só não existindo ainda o Consulado Americano