SINTONIA

Maria Ang�lica Monnerat Alves

Observo, apreensiva, a minha samambaia ("renda portuguesa"). H� dois anos me dei de presente esta maravilha, no dia do meu anivers�rio. Sonho antigo, realizado.

Coloquei-a no escrit�rio e ela se adaptou, sem grandes arroubos, a olhar o sol, mas sem dele receber a b�n��o.

Na nova casa, ofereci-lhe, orgulhosa, a possibilidade de uma vista �mpar, sol � tarde, vento ou brisa, chuva e canto de p�ssaros... Dei-lhe o que eu tinha de melhor. N�o gostou! (claro, elas n�o gostam de vento, como pude me esquecer?)

Resolvi, ent�o, transport�-la para uma outra vista, lateral, nesgas de sol de manh� e de tarde. Adorou! Ficou ainda mais linda...

Egoisticamente, ent�o, levei-a para a minha sala, bem clara e a coloquei na mesa, soberana... Para meu desconsolo, a primeira folha amarelou, de um dia para o outro... e a segunda... e a terceira...

Me preocupo...

� adapta��o? Ou a planta vai morrer?

Deixo onde est�... espero... ou me privo da sua companhia e a levo de volta?

Como as pessoas, que nos surpreendem a cada minuto, as plantas tamb�m imp�em as suas regras de bem conviver.

Sabiamente, em sil�ncio...

Cabe a n�s entend�-las e propiciar-lhes condi��es ideais para que possam externar a sua gratid�o em forma de verdes brotos...

Vegetais e humanos, irmanados, buscando compreens�o, que germina em sintonia.

Ou seria... sinfonia?

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06-jun-2008