MAR, VERDE MAR

Maria Ang�lica Monnerat Alves

Cidade do interior paulista. Anos 60. Pra�a lotada, no final de semana, � tardinha.

C�rculos conc�ntricos: jovens passeiam na pra�a principal. Na larga cal�ada, rapazes para um lado, �rbita mais externa, como bons cavalheiros, mo�as no sentido inverso. (Na rua, o mesmo jogo, s� que com pe�as diferentes: os moradores mais humildes da cidade. Espanto!)
Bal� moderno, os olhares se cruzam: uns se atraem, subitamente, outros se diluem... at� � pr�xima volta, quem sabe?

S�bito, sem pedir permiss�o, dois olhos de jade iluminam a noite que chega... Encaram outros, castanhos. O flash mental dispara! Arquivado!

Dois dias depois, Carnaval. Fantasias prontas. Correria, excita��o, inseguran�a... sabe-se l� o que mais nas cabe�as adolescentes.

O clube est� cheio. O grupo, carioca, se instala, poderoso.
Dan�am todos juntos e, depois, cansados, sentam na mesa.
S� ela permanece de p�.

Ent�o...

Dois far�is verdes aparecem na curva do sal�o! E a focalizam, iluminando-a. Ela os reconhece, imediatamente. Constata��o individual, no grupo n�o encontrar� apoio. Ter� que enfrentar a situa��o sozinha! E "eles" se aproximando...

Desarmada, a timidez se instala. E contrai. E paralisa! E o verde mar, avan�ando, em ondas de calor e suor frio... (e a constata��o de que, em segundos, vai ser "tirada" para dan�ar)... meu Deus!

O mergulho iminente... A atra��o � t�o intensa...

MAS, MAIOR, O MEDO!

Vence o mais forte: ela se senta e finge conversar com as amigas, tr�mula...
Os verdes olhos estacam, sem entender...
Como poderiam?

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06-jun-2008