Recebo o convite. Fraterno. Um amigo lança mais um livro.
Fertilidade é a palavra que surge em minha mente.
Escrever... Legar, através do papel, suas idéias. Semeá-las.
Compartilhá-las!
No momento em que são entregues ao público, perdemo-las. Escapam ao nosso controle, cidadãs do mundo.
Nostálgico seria, se gratificante não fosse.
Divago.
O que gera um livro?
Recordação, foto, imagem na televisão, crônica, música, sonho?
Gesto, cotidiano, flor, criança, chuva, nascer do sol?
Ou nada disto?
A partir desta centelha mágica, a criação que germina...
Decisão tomada, meandros desenovelados, insones noites, a palavra certa, a idéia concatenada,
insegurança e, finalmente, o prazer, supremo, de considerá-lo PRONTO! A plenitude deste parto,
desta catarse!
Considero cada autor uma espécie de herói, na medida em que se expõe, destemido, oferecendo ao
mundo o que o ser humano tem de mais precioso: a sua frágil individualidade.
(para Wanderlino Teixeira Leite Netto)
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