Amo a minha casa.
Não importa onde, nem como ela seja.
Amo-a, porque minha.
Ponho os lençóis limpos, flores e babados, na cama, prazer que nunca deleguei a ninguém. Egoísta.
Nisso, sou, e só.
(Tia Sara os esticava com água de colônia!)
Minha mãe cultuava a limpeza: a roupa de cama sempre cheirosa, esticadinha...
Vovó Tônia sempre dizia que uma corda deveria, antes de qualquer coisa, ser
bonita... (Meu Deus, que aflição, pensar nisso lavando as 150 fraldas das minhas gêmeas!)
Não chego ao desatino de uma amiga, que pendura por cor...
Mas adoro lavar uma roupa e, depois, colocá-la com carinho no secador, recolhê-la e guardá-la,
até o momento gostoso de usá-la, outra vez, cheirosa, fibras estalando, limpas.
Toalhas de lavabo, rosto e banho: quero-as limpas, sem manchas, felpudas e enroladinhas!
Olho a gaveta e me enterneço...
E os travesseiros?
Forro com zíper, para trocar...
Mamãe fazia de cetim rosa... delícia...
E os edredons?
Tenho mania... lavo-os em casa, perfumados e macios ficam...
E as colchas?
Se pudesse, compraria todas!
E pegadores de panela, toalhas de mão de cozinha, panos de prato?
E louça? E talher? E caixinha de chá? (E o suporte, imitando bule, para colocar o saquinho usado?)
E a toalha da Provence?
E as xícaras do noivado da minha avó?
E os cristais do casamento da minha mãe?
Peças esparsas...
Juntas, formam o quebra-cabeças do meu ser em regozijo!
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