A SACRALIZA��O DO COTIDIANO

Maria Ang�lica Monnerat Alves

Amo a minha casa.
N�o importa onde, nem como ela seja.
Amo-a, porque minha.

Ponho os len��is limpos, flores e babados, na cama, prazer que nunca deleguei a ningu�m. Ego�sta. Nisso, sou, e s�.

(Tia Sara os esticava com �gua de col�nia!)

Minha m�e cultuava a limpeza: a roupa de cama sempre cheirosa, esticadinha...

Vov� T�nia sempre dizia que uma corda deveria, antes de qualquer coisa, ser bonita... (Meu Deus, que afli��o, pensar nisso lavando as 150 fraldas das minhas g�meas!)

N�o chego ao desatino de uma amiga, que pendura por cor...
Mas adoro lavar uma roupa e, depois, coloc�-la com carinho no secador, recolh�-la e guard�-la, at� o momento gostoso de us�-la, outra vez, cheirosa, fibras estalando, limpas.

Toalhas de lavabo, rosto e banho: quero-as limpas, sem manchas, felpudas e enroladinhas! Olho a gaveta e me enterne�o...

E os travesseiros? Forro com z�per, para trocar...
Mam�e fazia de cetim rosa... del�cia...

E os edredons?
Tenho mania... lavo-os em casa, perfumados e macios ficam...
E as colchas?
Se pudesse, compraria todas!

E pegadores de panela, toalhas de m�o de cozinha, panos de prato?
E lou�a? E talher? E caixinha de ch�? (E o suporte, imitando bule, para colocar o saquinho usado?)

E a toalha da Provence?
E as x�caras do noivado da minha av�?
E os cristais do casamento da minha m�e?

Pe�as esparsas...

Juntas, formam o quebra-cabe�as do meu ser em regozijo!

Volta ao in�cio desta p�gina P�gina inicial do ALMA CARIOCA Retorna � p�gina anterior

06-jun-2008