Li, incrédula, no jornal: o Dr. Noel Dan, oftalmologista australiano, acredita que, talvez, o estilo dos impressionistas se deva mais a um problema de visão do que a uma interpretação particular do artista!
Ainda segundo ele, as formas dos quadros, com paisagens confusas e falta de detalhes, seriam idênticas às vistas por um indivíduo míope.
Minha intuição teria, então, me levado a agir corretamente? (Na exposição de Monet,
no MNBA, anos atrás, sugeri que meus alunos da escola municipal "apertassem" os olhos para melhor compreender o que viam...)
Monet, míope...
Tento equacionar: se, naquela época, já houvesse a cirurgia de redução de miopia, a existência do Impressionismo estaria ameaçada?
Não desfrutaríamos das ninféias, catedrais mutantes, verdes pontes japonesas, nômades sóis, montes de feno, papoulas?
Quem retrataria Giverny daquela forma?
Não consigo me furtar ao pensamento (hediondo!) de dar graças pela cirurgia ter sido descoberta um pouco mais tarde ...
O Impressionismo está a salvo!
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