Imponente, ela se destaca na paisagem. Consegue, mesmo, pela sua forma, ofuscar o Corcovado vizinho. Se não fosse a estátua...
Aprendi a admirá-la de um outro ângulo. Agora, mais de perto, a visão me encanta, cada vez mais.
Quando é dia de sol, reflete os filetes de água dourada que dela brotam. A vegetação esparsa faz o verde contraste.
Quando chove, é ainda mais bela: rios caudalosos despencam do seu cume, purificando-a.
Compõe um belíssimo cenário para o vôo do casal de gaviões enamorados, do bando de maritacas estridentes ou do bem-te-vi que nos saúda pela manhã.
À noite, desaparece. Descansa. Recompõe-se.
No encontro das ruas General Glicério com Cristóvão Barcelos, se aproxima ainda mais e a todos cativa: o cume arredondado denunciando a idade avançada, a experiência de vida adquirida neste longo percurso. Coroando-a, o Mirante de dona Marta.
Espectadora do cotidiano, cala-se. Discreta, nada vê.
Mas nós a vemos, e isto nos comove!
(para Sarkis)
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