Depois do Carnaval
J. Carino
C� estamos n�s de novo, com nossa Cidade Maravilhosa. Foi-se mais um
carnaval, e com ele os amigos de outras cidades e pa�ses - gringos e brasileiros - encantados
com nosso c�u, nosso mar, a curva das montanhas e das mulatas.
Mais uma vez, cariocamos a rigidez quase teut�nica dos sulistas, a
timidez comportada de nordestinos e o regionalismo bastante acanhado dos que v�m do
centro-oeste. Fizemos os paulistas se tornarem menos bairristas e entrarem na harmonia do
samba; conseguimos fazer os mineiros desligarem o "desconfi�metro" para aproveitar nossa
ambi�ncia amiga e descontra�da; e at� os baianos, "cariocas honor�rios" por defini��o, vieram
� nossa festa sem esp�rito competitivo, sentindo conosco a mesma batida ancestral que nos
irmana l� nas bases de nossa brasilidade.
Assim foi com todos - do sul a norte, de um p�lo a outro.
Nosso temperamento cosmopolita e envolvente deu mais um show, e n�o somente de samba, mas
de alegria, descontra��o, hospitalidade e respeito �s diferen�as.
O carnaval se vai, mas nossa alegria fica. N�o uma alegria cega �s
nossas mazelas, presentes como em todas as cidades, mas uma alegria profunda, cheia de
humanidade, plantada na cren�a na bondade que reside em cada um, na capacidade de cantar,
dan�ar, beber, se divertir, enfim, com o outro, no mesmo bloco da vida.
O surdo se cala. A porta-bandeira dep�e reverente o s�mbolo
m�ximo de sua escola, at� o ano que vem. E n�s ficamos aqui, com nossa carioquice satisfeita,
contemplando o sol que se p�e sobre o mar diante das montanhas, espet�culo permanente entre
muitos nesta nossa cidade aben�oada.
P�r do Sol em
Ipanema - Foto de Percy Thompson
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